quarta-feira, 10 de março de 2010

Melgaço

     Melgaço – O Concelho de Melgaço insere-se na Região Norte, mais precisamente no Alto Minho. Limitando a Norte pelo Rio Minho, faz fronteira a Norte e a Leste com Espanha e a Oeste e Sudoeste com os Concelhos de Monção e Arcos de Valdevez.
     Melgaço constituísse em 18 freguesias, subdivida-se em duas grandes áreas; a área de montanha que engloba Castro Laboreiro, Cousso, Cubalhão, Fiães, Gave, Lamas de Mouro e Parada do Monte e a área ribeirinha, que engloba Alvaredo, Chaviães, Cristóval, Paços, Penso, Prado, Remoães, Roussas, S. Paio e Vila.
     Origem – Tomando como provável a tradição, o Castelo de Melgaço terá sido construído no reinado de D. Afonso Henriques, por volta de 1170. Foi no reinado de D. Sancho II que Vila começou a ser rodeada de uma cerca defensiva. Esta necessidade havia já surgido no reinado anterior, no de seu pai D. Afonso II, por força das lutas político-militares que motivaram a luta armada entre ele e as hostes leonesas.
     Lenda da Inês Negra – Acabados os ecos da retumbante batalha de Aljubarrota, urgia consolidar a independência de Portugal, reconquistando terras e praças-fortes ainda na posse dos castelhanos, que recusavam a autoridade do Rei D. João I.
     O D. João veio para Melgaço com a sua comitiva, fez recolher a Rainha, D. Filipa e as suas damas, ao convento de Fiães, para testemunharem deslumbradas a bravura das hostes portuguesas, planeando o assalto as muralhas com que D. Dinis envolvera a torre afonsina. Acedendo ao diálogo, o mestre de Aviz enviou a Pacheco à barbacã onde falou com o comissário castelão, barricado intramuros. A falta de acordo fez com que D. João tomasse a resolução de humilhar o infante capitão da Praça com um forte assalto às muralhas.
     Entre as famílias que habitavam entre as muralhas, havia a de uma portuguesa que era toda paixões pelas hostes castelhanas, vindo a ter, por isso, a alcunha de “arrenegada”.
     A “arrenegada” ao ver o impasse das conversações, propôs um combate singular para resolver a contenda. Ela iria lutar com outra mulher, de quem conhecia o patriotismo, e que morava nas redondezas.
     De bom grado acordou tal peleja o Rei, estupefacto pelo patriotismo e coragem da mulher que se apresentou para defender a honra dos lusitanos.
     Esperava a “Arrenegada” no centro do terreno quando um burburinho cresceu de repente e a multidão abriu alas para deixar passar Inês. Sem armas, atirando-se uma à outra com rancor, rasgavam reciprocamente as carnes com as unhas e os dentes. Atropelando-se arrancando os cabelos, afogando-se nos fortes e rudes braços, derrubando-se alternadamente, quando a Arrenegada começou a fraquejar, saindo logo desfalecida, coberta de sangue e de lama. O delírio da multidão e a gloria da Inês Negra, que é levada em triunfo e aclamada como a heroína das hostes portuguesas. Animados e excitados pelo exemplo de Inês, as hostes lusitanas tomam de vencida as muralhas de Melgaço. Ao entrarem na fortaleza, depararam com o corpo de Arrenegada com um punhal cravado no coração. Inês sobe ao alto da torre e grita se cessar: “Tornas-te a nós! És do rei de Portugal”
     Megalitismo – Trata-se de um fenómeno cultural Pré-histórico caracterizado pela existência de monumentos construídos em pedras e lajes. Associa-se frequentemente à construção de monumentos funerários colectivos. Temos como modalidade os dólmenes ou antas e as cistas. Estes monumentos encontram-se em mais quantidade (71) em Castro Laboreiro, mas também em Parada do Monte e Gave.
     Pontes – A inegável importância das pontes nas comunicações não é suficiente para explicar o fascínio que desde sempre estas obras têm exercido sobre a humanidade. Em Melgaço existe uma grande quantidade de pontes romanas, onze em Castro Laboreiro e as outras divididas entre Lamas de Mouro, Paderne e Remoães.
     Alminhas – São pequenos e singelos monumentos de piedade religiosa, erguidos nos montes e vales, nos povoados e caminhos, encruzilhadas e solidões. Estão espalhadas pelas freguesias de Parada do Monte, Penso, Fiães, Castro Laboreiro e Lamas de Mouro.
     Românico – É um estilo caracterizado por construções austeras e robustas, com paredes grossas e minúsculas janelas. A principal função destas estruturas era a de resistir aos ataques dos inimigos. Este estilo é predominante da Idade Média. Melgaço tem varias Igrejas e Capelas deste estilo, na Vila, em Chaviães, Paderne, Fiães, Lamas de Mouro e Castro Laboreiro.
     Brandas – Confinadas a uma área bem delimitada do território Melgacense, as Brandas e as Inverneiras constituem espaços mutuamente complementares, ocupados alternadamente e de acordo com o calendário de mudanças estacionais, pelo mesmo contingente populacional. Em Castro Laboreiro encontra-se 18 Brandas, três em Parada do Monte e duas na Gave.
     Museus – Os principais objectivos dos espaços museológicos de Melgaço são investigar, promover e divulgar o património arquitectónico, histórico e cultural. Com os preciosos estudos dos nossos historiadores e arqueólogos, encontrará nos museus informação actualizada e classificada.
Torre de Menagem, Museu do Cinema, Espaço Memória e Fronteira e o Núcleo Museológico de Castro Laboreiro
     Cultura e Lazer – O Conselho de Melgaço dispõem de diversas infra-estruturas, desportivas, culturais e de lazer que por certo tornarão a sua estadia entre nós, emoções desportivas e enriquecida culturalmente.
Complexo Desportivo e de Lazer de Melgaço, Campo de Futebol relvado, Campo de Futebol de relva artificial, Pista de atletismo, Clube de saúde/SPA, Pavilhão gimnodesportivo, Campo de minigolfe, Circuito de manutenção, Espaço de recreio aquático, Complexo das Piscinas Municipais, Casa da Cultura, Centro de informação e Biblioteca de Castro Laboreiro, Solar do Alvarinho, Termas de Melgaço, Parque Nacional da Peneda-Gerês, Porta de Lamas de Mouro do PNPG e a Zona de Lazer das Veigas.
     Gastronomia – Melgaço é um roteiro obrigatório para apreciadores e especialistas gastronómicos. Aqui sobrevivem usos e costumes que conferem aos produtos locais características de requintado e irresistível sabor. São muitos os turistas que se deslocam ao conselho para apreciar os sabores e aromas da gastronomia local.
     Cabrito assado no forno de cozer o pão, a lampreia à bordalesa, frita com ovos ou assada, as trutas do Rio Minho abafadas, o sarrabulho, os grelos com rojões, a bola da frigideira, o bolo da pedra, a água d’unto, o bucho doce, as migas e os pastéis mimosos. Junte-se-lhe o insinuante presunto de cor rosa-avermelhada de Fiães ou Castro Laboreiro, acompanhados com Vinho Alvarinho.
     Vinho Alvarinho – O vinho verde proveniente da casta Alvarinho é sem dúvida uma das mais importantes variedades da Região dos Vinhos Verdes. O Verde Alvarinho é um dos vinhos de Portugal mais premiado internacionalmente.
     Em Melgaço encontrasse uma trintena de Adegas de Vinho Alvarinho com rótulo e ainda alguns produtores particulares. Estes vinhedos localizam-se nas freguesias de Paderne, Alvaredo, Penso, Remoães, Prado, Roussas e Vila.
     Características Graduação alcoólica entre 11,5% e 14%, Acidez - média, Cor - citrina, Aroma característico da casta – intenso, delicado, frutado e floral, Sabor – Na boca é macio e muito equilibrado devido à boa relação acidez/álcool, Corpo – Encorpado, fruto do seu extracto seco e estrutura elevados, Harmonia – harmonioso e persistente, devido à relação entre teor alcoólico, acidez fixa e componente aromática.
     Deve ser servido fresco a uma temperatura entre os 10º e os 12ºC.
     Os vinhedos de cepa da casta Alvarinho localizam-se a meia encosta, num microclima e conjugam os cinco SS, “Solo, Sol, Sofrimento, Sabedoria e Sossego”.
     O Vinho Alvarinho responde aos ditames do “regímen sanitatis salernitanum” possuindo os cinco FF e por isso devem ser “Fortes, Formosos, Fragrantes, Frescos e Frutados”.
     Eventos – Todos os anos se realizam pelo menos dois grandes eventos, de significativa importância para a promoção dos sabores e saberes das gentes do Conselho de Melgaço. São eventos de enorme modalidade cultural, onde se reencontram, ano após ano, visitantes de várias nacionalidades e com grande tradição no Conselho.
     A Festa do Alvarinho e do Fumeiro, em Abril.
    A Festa de Cultura, no mês de Agosto.